Um dos estilos que gosto no stop motion é o Morphing que traduzindo para o português é a metamorfose. Eu acho incrível as possibilidades que podemos ter com essa técnica tanto em animações de produtos como em claymations (animações com massinha) e também o lettering.
Comecei a explorar um pouco e ainda quero praticar mais, para mim a metamorfose na animação traz ainda mais magia para a técnica do stop motion que por si só já tem um pouco de mágica quando vemos objetos pulando, voando e não entendemos muito bem como tudo acontece.
Um material muito usado para a metamorfose nas animações em stop motion é a massinha, pelas possibilidades de podermos modelar e transformar esse material em outros objetos, a massinha acaba sendo a escolha para fazer esse tipo de animação.
Uma animação que gosto muito envolvendo metamorfose e produto é esse stop motion do animador Filipe Pinto.
Mas nem só com massinha se faz um morphing:
podemos usar objetos diferentes e transformar um objeto no outro usando a metamorfose em transições como pulos ou giros.
podemos usar papel, amassando, cortando e usando o papel em diferentes formatos.
Em animações com lettering usar o morphing chama bastante atenção trazendo ou levando as letras para fora da cena com a metamorfose em movimento. Falei um pouco sobre isso nesse post.
Nosso estilo em constante metamorfose.
Quando pensei em trazer a metamorfose como tema para essa newsletter lembrei na hora de Raul Seixas, não tem como não pensar nessa palavra sem vir a voz do Maluco Beleza cantando: “ Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante, eu prefiro ser essa metamorfose ambulante. Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo”
E antes que alguém grite do lado daí toca Raul , segue a música.
Metamorfose ambulante. Raul Seixas
Acho que como animadora de stop motion talvez eu seja um pouco maluca beleza também, afinal as vezes já cheguei a passar nove horas animando para ter 20 segundos de animação (tempo que já passei em uma animação).
Mas voltando para a metamorfose e isso as vezes vem com a questão de ter um nicho, da qual eu corro pra longe, talvez eu esteja correndo para o lado errado e esse é apenas meu ponto de vista, acho positivo quem se encontra em um nicho, mas esse não é meu caso. E não entenda que estou criticando a questão de ter um nicho na sua arte, apenas sou apaixonada por esse lado da experimentação sem nicho definido e a liberdade que isso pode nos trazer.
O ponto é que acredito que nossa arte está em uma constante metamorfose, nossos momentos de vida, nossas inspirações, a bagagem que vamos acumulando para nossa criatividade tudo vai transformando o modo como animamos, o que gostamos de animar, até o nosso estilo. Podemos manter alguns traços mas acredito que sempre vamos passar por uma metamorfose em nossa jornada.
Tem animações que eu fazia no passado que hoje eu já não sinto mais vontade de continuar praticando, assim como tenho certeza que no futuro pode ser que o que eu faça seja totalmente diferente do que eu faço hoje.
Se gosto de mudanças, pode parecer que sim, mas na verdade tenho uma enorme dificuldade em lidar com mudanças em outros aspectos da minha vida, mas de certa forma quando se trata do jeito que me expresso criativamente acho que as mudanças acabam sendo bem vindas.
O que na sua arte já mudou, o que você quer manter ? Talvez o que sempre se repita seja parte do seu estilo.
Talvez seja tão difícil sabermos qual é exatamente o nosso estilo por estarmos nessa “metamorfose ambulante”.

E por falar em indicações…
Tem uma aula de metamorfose em movimento na aula sobre Claymation: Stop motion fundamentals do animador Tortor Smith na plataforma Skillshare (em inglês)
Ainda no Skillshare, para quem curte animação 2D, tem aula sobre morphing, na aula do Diretor de arte e motion designer Isaiah Cardona. (Também em inglês).
Fugindo um pouco de animação e stop motion, mas ainda sobre o Raul Seixas, lembrei dessa propaganda incrível da Samsung/ Vivo de 2018. Uma homenagem ao maluco beleza.
Tenha uma ótima semana e até a próxima.
Abraços, Luciana.
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